09 fevereiro 2013

==> (A)tormentos da Vida Privada... ou A Vida Ávida Como Ela (É)


DESABA(R)FO A VINÍCIUS (porque o Toquinho pode estar ocupado)


O teto do meu apartamento pode desabar a qualquer momento, caro diplomata.

Descobri uma infiltração de anos, quando comecei uma reforminha básica, por esses dias.

Já que aprendi a fazer esculturas na faculdade, pus a mão na massa... Literalmente.
Esbaldei-me em massa corrida, massa acrílica, sempre esquentando a massa encefálica.
Entretanto, de básica, a reforminha talvez tenha de ser avançada. Módulo II.

Mandei e-mail para a imobiliária com as fotos, em meio ao Carnaval, o que atrasará a resposta.
Mas vim aqui na internet, para documentar que, se algo acontecer comigo e/ou com os meus companheiros, Preto Van Gogh e Branco Picasso, eu avisei.

Morar no último andar não é fácil. Ainda mais quando o apartamento não é uma cobertura no Leblon, com varanda de 70m², jardim de inverno com bromélias e outras damas, e uma mesa “Bauhaus” com cor vibrante, onde constam iguarias deliciosas, feitas por uma cozinheira eficiente e carismática, com tempero materno, sob um fundo musical de qualquer cantor, que não seja o Roberto Carlos, como na novela das 9.

Em vez de luxo, eu tenho massa corrida em minha face e alma. Em vez de bromélia e outras damas, eu tenho uma lixadeira elétrica que floreia um barulho bem desagradável para mim e meus gatos. Cozinheira, nem pensar. O tempero que ando comendo, é aquele pronto do Miojo. Vez ou outra, arrisco um pouco de amor próprio, temperando o instantâneo com Sazón.
Sobre a música, no momento não ouço vossa santidade musical, mas é que eu estava treinando meus graves e, para isso, nada melhor do que tentar acompanhar o Arnaldo Antunes, que entoa a seguinte canção: "A Casa é Sua".

No mínimo irônico esse título, o senhor poderia dizer, mas é proposital. Já que eu meu autossatirizo frequentemente e, nesse caso da música do Arnaldo, em dobro, pois a voz dele, às vezes, não me deixa muito à vontade. Eu sempre acho que o titã pode perder o som da palavra em algum momento da música, pelo grave da nota.
Mas ele tem a voz naturalmente assim. Não posso esperar um Ney Matogrosso.

Voltando às minhas questões pessoais, já que "a casa é minha" (os problemas também)...

Aí, então, me dizem: Ao menos você tem um teto!
E eu respondo ao sujeito, claro que não sem antes dar um longo suspiro, abafado pelos estreitos brônquios, acometidos de poeira acrílica e “corrida”, que, por sua vez, foram acometidas de "lixa para paredes - nº 180": VÁ TE CATAR!!

E pasme! Apesar do "bocó" que vos fala, o endereço não é Rua dos Bobos, nº 0, “numa casa muito engraçada, que não tem teto e nem nada”, senhor Poetinha.

Oxalá tudo fosse música. E mesmo assim eu deveria tomar cuidado, porque até as notas musicais poderiam despencar. Cairia RÉ, MI, FÁ. Cairia até o SOL, levando o verão.
A única que ficaria (e ficou) é DÓ. De mim.

Sem mais, a não ser o bom Saravá,
D.





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8 comentários:

  1. Bem vindo a blogsfera!
    Vou conhecendo seu trabalho
    ja seguindo seu b log
    e depois falamos mais.
    Te aguardo la no Espelhando.
    Bjins
    Catiaho Reflexo d'Alma

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  2. Muito bom o texto! Bem próximo da realidade de muitos, não é?rs
    Abraços,
    Amanda

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  3. Estória divertidíssima rs, a começar pelo título rs. Parabéns pelo blogue, e obrigado pela visita na Revista Letras, volte sempre! Abraço

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    1. Muito obrigado. A minha realidade pouco entrará tão explícita aqui.
      Mas... precisei desabafar com o poeta. hehe
      Voltarei.
      Abçs!

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  4. Mas foi uma realidade tão bem ornamentada, que pareceu reinvenção! rs. Coisas da literatura rs. E desabafando com o Poetinha então, sensacional rs. Abço

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  5. rsrs Pois é!
    E já que não faço terapia com profissionais, faço com o Vinícius, outros e as paredes... rsrs
    +abç

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