DESABA(R)FO A VINÍCIUS (porque o Toquinho pode estar ocupado)
O teto do meu apartamento pode desabar a qualquer momento, caro diplomata.
Descobri uma infiltração de anos, quando comecei uma reforminha básica, por esses dias.
Já que aprendi a fazer esculturas na faculdade, pus a mão na massa... Literalmente.
Esbaldei-me em massa corrida, massa acrílica, sempre esquentando a massa encefálica.
Entretanto, de básica, a reforminha talvez tenha de ser avançada. Módulo II.
Mandei e-mail para a imobiliária com as fotos, em meio ao Carnaval, o que atrasará a resposta.
Mas vim aqui na internet, para documentar que, se algo acontecer comigo e/ou com os meus companheiros, Preto Van Gogh e Branco Picasso, eu avisei.
Morar no último andar não é fácil. Ainda mais quando o apartamento não é uma cobertura no Leblon, com varanda de 70m², jardim de inverno com bromélias e outras damas, e uma mesa “Bauhaus” com cor vibrante, onde constam iguarias deliciosas, feitas por uma cozinheira eficiente e carismática, com tempero materno, sob um fundo musical de qualquer cantor, que não seja o Roberto Carlos, como na novela das 9.
Em vez de luxo, eu tenho massa corrida em minha face e alma. Em vez de bromélia e outras damas, eu tenho uma lixadeira elétrica que floreia um barulho bem desagradável para mim e meus gatos. Cozinheira, nem pensar. O tempero que ando comendo, é aquele pronto do Miojo. Vez ou outra, arrisco um pouco de amor próprio, temperando o instantâneo com Sazón.
Sobre a música, no momento não ouço vossa santidade musical, mas é que eu estava treinando meus graves e, para isso, nada melhor do que tentar acompanhar o Arnaldo Antunes, que entoa a seguinte canção: "A Casa é Sua".
No mínimo irônico esse título, o senhor poderia dizer, mas é proposital. Já que eu meu autossatirizo frequentemente e, nesse caso da música do Arnaldo, em dobro, pois a voz dele, às vezes, não me deixa muito à vontade. Eu sempre acho que o titã pode perder o som da palavra em algum momento da música, pelo grave da nota.
Mas ele tem a voz naturalmente assim. Não posso esperar um Ney Matogrosso.
Voltando às minhas questões pessoais, já que "a casa é minha" (os problemas também)...
Aí, então, me dizem: Ao menos você tem um teto!
E eu respondo ao sujeito, claro que não sem antes dar um longo suspiro, abafado pelos estreitos brônquios, acometidos de poeira acrílica e “corrida”, que, por sua vez, foram acometidas de "lixa para paredes - nº 180": VÁ TE CATAR!!
E pasme! Apesar do "bocó" que vos fala, o endereço não é Rua dos Bobos, nº 0, “numa casa muito engraçada, que não tem teto e nem nada”, senhor Poetinha.
Oxalá tudo fosse música. E mesmo assim eu deveria tomar cuidado, porque até as notas musicais poderiam despencar. Cairia RÉ, MI, FÁ. Cairia até o SOL, levando o verão.
A única que ficaria (e ficou) é DÓ. De mim.
Sem mais, a não ser o bom Saravá,
D.

==> Compartilhe abaixo e será (f)eliz!
Bem vindo a blogsfera!
ResponderExcluirVou conhecendo seu trabalho
ja seguindo seu b log
e depois falamos mais.
Te aguardo la no Espelhando.
Bjins
Catiaho Reflexo d'Alma
Obrigado. ;)
ExcluirEstou lá.
Um beijo,
D.
www.atormentossingulares.com
Muito bom o texto! Bem próximo da realidade de muitos, não é?rs
ResponderExcluirAbraços,
Amanda
rsrs O Cotidiano sempre nos dá histórias rsrs
ExcluirObrigado.
Abçs,
D.
Estória divertidíssima rs, a começar pelo título rs. Parabéns pelo blogue, e obrigado pela visita na Revista Letras, volte sempre! Abraço
ResponderExcluirMuito obrigado. A minha realidade pouco entrará tão explícita aqui.
ExcluirMas... precisei desabafar com o poeta. hehe
Voltarei.
Abçs!
Mas foi uma realidade tão bem ornamentada, que pareceu reinvenção! rs. Coisas da literatura rs. E desabafando com o Poetinha então, sensacional rs. Abço
ResponderExcluirrsrs Pois é!
ResponderExcluirE já que não faço terapia com profissionais, faço com o Vinícius, outros e as paredes... rsrs
+abç