08 março 2011

==> Bebida I

Achei importante achar uma bebida importante e homenageá-la.

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Preciosidade pictórica! Foi o que pensei agora, ao olhá-lo no copo.
Não pelo Rubí, cor rara, que nomeia pedras caras. Ou pela barganha de dizer um Borgonha, que pouco sabe-se em cor, mas em sabor deleita-se.
Em outros cantos diriam um Púrpura acrescentado de pouco Vermelho Cádmio - escuro, talvez - que seja. Noutros cantos diriam Carmim, mas algo assim é tão aquém de seu poder e seu gosto.


Aliás, é isso. Deixemos de lado sua cor e falemos de seu gosto.

Tem sabor de poder. De poder pensar. De poder pensar em qualquer coisa, eu digo. Pensar que podemos acordar numa fria manhã de junho, metamorfoseados em insetos deitados na cama, aguardando a repulsa humana, ou pensar em lembranças de prisões nunca antes sofridas, num AI-5 nunca antes existido. Eu disse que se pode pensar em qualquer coisa. Pensar, até mesmo, seja por dois segundos, que se é integrante de uma banda punk que tocou outrora em noturnas alegres, de tempos em que a guitarra e o couro se fundiam em belas vistas tristes. Ou pensar em não mais pensar e, com ele, deixar-se ir.


Falo de poder ser metáforas, poder de verdade. Poder ser picado por aquele seu veneno roubado, suado, drenado, que paralisa o rumo de qualquer história. Um veneno vital, revigorante e astuto. Poder que dá fogo a qualquer mortal eternamente acorrentado, de fígado ferido, privado de sonhos e bicadas de prazer. Salve o prazer, alegre, valente.

Falando nisso, me veio Dionísio. Este sim é certo para representar-te. Oh, deus do vigor.
Aquele que tratou de tuas parreiras e deixou teu legado a centauros, ninfas e sátiros - seres distantes, pisantes das uvas frescas.
Tens ótimos representantes que sabem valorizar seu mosto. És bebida para poucos.


Quem te trouxe a nós? Talvez Noé ou os Faraós que deram aos gregos um cavalo alado, sem dor, com sabor doce e, que, por sua vez, deixaram à Roma o dispor para o teu saber, o teu criar.

A mim chegou do sul, mas já veio de lugares distantes essa bebida navegante, pirata, que não troco por prata ou ouro, por nada.
Fermenta, depois se inventa e às vezes surge branco, das asas de um anjo que acalenta e fala ao meu ouvido com paz. Me deixa em paz.


O que me invade não machuca, ao contrário, faz bem ao coração.


És tão meu, meu presente divino. Sou tão teu por vezes, e serei sempre que quiseres. Porque a ti entreguei-me de corpo e alma que brindam forte e saúdam suas uvas.







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15 comentários:

  1. Vinho é covardia! Até eu - que não bebo - BEBO!... rsrsrss EVOÉ, BACO! Bjs!

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  2. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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  3. Vinho = POESIA Muito boa a Postagem, e o Blog é muito legal, Parabéns, comentei :) e acompanhando aqui ... se puder retribuir comentando e me seguindo, eu retribuo da mesma maneira, abraços.
    Blog muito legal, parabéns

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  4. Bacana conhecer blogs que tenham conteúdo e nos ofertem reflexão....

    Gosto de textos poéticos, embora minha escrita trafegue nas linhas tortas do deboche e do sarcasmo....

    Valeu pela visita, volte sempre!



    http://ideiasnoalmaco.blogspot.com/

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  5. Teve uma escola de samba esse anoo q falou do Baco...
    Só não lembro qual foii!
    :D
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    :)

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  6. Deve ter sido uma linda homenagem ;)
    Vlw!

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  7. Sinto aquele leve " q " de inspiração, nas frases e letras daquela nossa amiga, que se perde em tintas ocasionalmente ;P

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  8. Da hora teu blog,parabéns
    Seguindo certo,segue ai tbm.
    http://hiphopactivistface.blogspot.com/
    abçs

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