Que seja livre o coração sobrevivente da devastação de um caminho longo e sem ventos, deslizando por vias obstruídas, atropelando lixos passados e passantes. É este o coração errante.

Um coração qualquer. Um coração sem pé. Não tem cabeça também. O coração descoroado, sem cajado. Coração enganado.
Que este seja libertado para ser único. Porque quando se liberta um, outro sorri sem dor.
E dois saem em valsas, festejam leves. São poeiras que vagam e pairam em algum lugar, esperando o próximo vento passar. Querem voltar a voar para longe ou perto dali, tanto faz. O importante é partir.
Vão em frente, não sentem frio, nem calor. Estão impacientes. Ficam cuidadosos, ponderados. Agora são dois corações libertados, de sorte, corações fortes.
Seguem de olhos fechados, aproveitam a levada. São corações engajados, mas ainda desencontrados. Estão doentes.
Buscam a mesma toada em caminhos opostos, mas os ventos são caprichosos. Os fazem rodopiar, girar e girar, para lá e para cá. Se deixam levar. Parecem contentes.
Sonham de olhos fechados, mas estão perto. Corações dispersos. Se não abrirem os olhos, fica incerto.
São corações encontrados, teimosos como o meu, que um dia pensou em dizer adeus, mas se deixou levar pelo vento. Coração atento.
Somos muitos assim no mundo, sugados e renovados, de corações curados.
(para Caio Fernando Abreu)
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Você sempre me surpreendendo, sempre para cada vez melhor... BEIJOS!
ResponderExcluirse puder me segue www.supergencia.blogspot.com
ResponderExcluirLindo texto!! emocionante!!
ResponderExcluirBjos
segue meu blog :supergencia.blogspot.com
ResponderExcluirPensei (como quase sempre) muito no Caio Fernando Abreu, quando escrevi. Mas tb pensei outras pessoas, coisas, corações... até no meu.
ResponderExcluirsuper poética e digna tua homenagem, dan! seja lá onde o caio estiver, deve sorrir quando vê que sua obra influenciou positivamente e encheu de luz corações e gerou demonstrações como essa de uma alma libertária e doce como a tua. fico tão feliz quando sinto na visão do outro algo que pro caio era fundamental: preservar o azul das nossas asas!
ResponderExcluirmuita luz, muito amor.
um abraço!